Plantando Raízes de Resistências

Plantando Raízes de Resistências: Saberes Alimentares em Comunidades Tradicionais do Rio São Francisco, Norte de Minas Gerais (ENSAIO)

(Adinei Almeida Crisóstomo)

Este ensaio fotográfico é de minha autoria, faz parte dos meus estudos e pesquisas em comunidades tradicionais no Norte de Minas Gerais e também é o tema do meu doutoramento em Antropologia Social, que tem como objetivo compreender as práticas de conhecimentos associados ao território tradicional Quilombola/Vazanteiro na caracterização do saber-fazer da produção e do manejo dos alimentos. Os registros foram feitos entre os anos de 2021 e 2022.

As comunidades vazanteiras e quilombolas possuem um vínculo ancestral com o território, o que determina seus modos de vida e as suas noções de pertencimento ao lugar. Utilizam das práticas dos roçados nas vazantes, ilhas e beira rio para a produção dos alimentos, o que fazem com que as relações de uso e manejo dos diferentes ambientes de paisagem, se relacionam e são influenciados pela dinâmica das cheias do Rio São Francisco. Pescar no rio ou na lagoa, plantar e colher as roças, seja nas vazantes, nas lagoas ou nas ilhas, são formas de reafirmação e acionamento de suas múltiplas identidades, enquanto vazanteiros, quilombolas ou pescadores, configurando também estratégias de reivindicações aos processos e lutas pelo território, como uma forma de resistência e de retomadas territoriais. Como principais referências aos estudos destaco Woortmann (2013) e Azevedo (2020), dentre outros. Estes estudos perpassam pela análise etnográfica, pela observação, pela descrição das roças, pela pelas formas de produção dos alimentos, das histórias de vida, dos conhecimentos e saberes, das relações existentes entre a terra firme, a vazante e o rio, apontando assim para uma lógica de reprodução e prática social da vida e das identidades seja ela Vazanteira, Quilombola ou Pescador.

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